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quinta-feira, outubro 22

Por que algumas pessoas parecem ter pulmões saudáveis apesar de fumarem muito e por muitos anos?


Após a analise de mais de 50 mil casos, cientistas britânicos chegaram à uma conclusão. O estudo, feito pela equipe da agência de pesquisa do governo Medical Resarch Council, mostrou que mutações no DNA das pessoas aprimoram as funções pulmonares e mascaram o impacto mortal causado pelo cigarro.

Segundo os cientistas, a descoberta pode culminar na criação de novos medicamentos para melhorar as funções pulmonares. No entanto, eles fizeram questão de ressaltar que não fumar será sempre a melhor opção.

Usando dados de condições de saúde e informações genéticas de voluntários, os pesquisadores analisaram problemas como a chamada doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), que pode causar falta de ar, tosse e infecções.

Ao se comparar fumantes e não fumantes, e também pessoas com e sem DPOC, os pesquisadores descobriram trechos do DNA que reduzem o risco da doença.
Assim, fumantes com "bons genes" tinham um risco menor de desenvolver DPOC do que os que tinham "genes ruins".

Segundo o professor da Universidade de Leicester, Martin Tobin, um dos pesquisadores do estudo, os genes parecem afetar a maneira com que os pulmões crescem e respondem aos danos.
"Não há nenhuma solução mágica que garanta proteção contra o fumo. Essas pessoas ainda terão pulmões menos saudáveis do que teriam se não fumassem", disse Tobin à BBC.
"A melhor coisa que alguém pode fazer para evitar a DPOC e outras doenças relacionadas ao cigarro, como o câncer, é parar de fumar."

O hábito de fumar também aumenta o risco de doenças do coração e de vários tipos de câncer – nada disso foi analisado no estudo. Os cientistas também descobriram parte do código genético que é mais comum em fumantes do que em não-fumantes.

Ainda é necessário mais pesquisa, mas os cientistas afirmam que essa diferença parece alterar as funções cerebrais e o grau de facilidade que cada um se vicia em nicotina.
"(A descoberta) traz fantásticas novas pistas sobre como o corpo trabalha, em áreas que tínhamos pouco conhecimento antes. São descobertas que podem culminar em incríveis progressos em termos de desenvolvimento de novos remédios", afirmou Tobin.

O estudo foi apresentando em um encontro da European Respiratory Society e publicado na revista científica Lancet Respiratory Medicine. O chefe de pesquisas da British Lung Foundation, Ian Jarrold, afirmou à BBC: "Essa descoberta representa um passo significativo para obtermos uma visão mais clara sobre o fascinante e intrincado funcionamento dos pulmões."

"Entender a predisposição genética é essencial não apenas para nos ajudar a desenvolver novos tratamentos para pessoas com doenças no pulmão, mas também nos ensina sobre como pessoas saudáveis podem cuidar melhor de seus pulmões."

quarta-feira, outubro 21

Cresce o índice de câncer de pulmão entre não fumantes


Os não-fumantes representam uma percentagem crescente de casos de câncer de pulmão agressivos nos Estados Unidos e no Reino Unido, relata uma nova pesquisa. Os resultados dos estudos foram apresentados na Conferência Mundial sobre Câncer de Pulmão organizada pela International Association of the Study of Lung Cancer realizada de 06 a 9 de setembro de 2015 em Denver, Colorado, Estados Unidos.

Em um estudo, os pesquisadores descobriram que em um período de sete anos, a proporção de Reino Unido nunca fumaram com câncer do pulmão de células não-pequenas aumentou de 13% para 28%. As conclusões foram baseadas em registros médicos para 2.170 pacientes do Reino Unido submetidos à cirurgia para câncer de pulmão entre 2008 e 2014.

Em outro estudo, uma equipe liderada por Lorraine Pelosof, MD, Ph.D., da Universidade do Texas Southwestern Medical Center em Dallas, analisou dados de 12.103 pacientes com câncer de pulmão . Os dados foram comparados com outros obtidos em 1990-1995 e 2011-2013 comparação.

Nos resultados, no período de 1990 a 1995, 9% dos pacientes com câncer pulmonar de células não-pequenas nunca fumaram. Em 2011 e 2013, quase 15% eram não fumantes. Em comparação, o número de não fumantes com câncer de pulmão de pequenas células - uma forma menos comum da doença - aumentou apenas ligeiramente, de 1,7% para 2,5% no período seguinte.

Fonte: International Association of the Study of Lung Cancer